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Um problema bastante comum entre proprietários dos modelos Volkswagen Gol e Fox, principalmente os equipados com o sistema de injeção IAW 4BV da Magneti Marelli, é a falha no acelerador eletrônico. Mas vale destacar: esse defeito não se restringe apenas a esses veículos. Qualquer carro com sistema de aceleração eletrônica está sujeito a apresentar os mesmos sintomas — como perda da resposta ao pedal, falhas intermitentes na aceleração ou rotação irregular em marcha lenta.

Embora muitos ainda utilizem o termo “TBI” para se referir ao corpo de borboleta, é importante esclarecer: o TBI (Throttle Body Injection) era um sistema utilizado nos primeiros veículos com injeção eletrônica, que injetava combustível diretamente no corpo de aceleração, substituindo o carburador. Já o corpo de borboleta moderno não injeta combustível; ele apenas controla a passagem de ar para o motor, regulando tanto a marcha lenta quanto a potência solicitada pelo motorista através do pedal eletrônico. Por isso, qualquer falha nesse componente pode impactar diretamente o funcionamento do veículo — até mesmo impedir a partida do motor.

Em muitos casos, o problema é simples: sujeira acumulada no corpo de borboleta. Essa sujeira afeta o fechamento da borboleta e compromete a leitura dos sensores internos, levando à oscilação da rotação ou à perda total da aceleração. Nesses casos, a limpeza com um spray descarbonizante, aplicada cuidadosamente com o motor em funcionamento (sem ultrapassar 2000 RPM), já pode resolver o problema. No entanto, há situações em que a causa é mais profunda.

Um fator muitas vezes negligenciado é o estado da bateria. Uma bateria fraca ou com baixa carga pode interferir diretamente na inicialização da central eletrônica do veículo. Isso ocorre porque, no momento da partida, se a tensão da bateria estiver abaixo do ideal (menos de 10V), os módulos eletrônicos podem inicializar com erros, afetando todo o funcionamento do sistema. E aí surgem sintomas “estranhos”: rádio desconfigurado, faróis acendendo sozinhos, limpador traseiro ativando do nada... tudo causado por uma alimentação elétrica instável.

Para verificar se a bateria ainda está em boas condições, um teste simples pode ser feito com um multímetro: com o motor desligado, meça a tensão da bateria — deve estar entre 12,4V e 12,8V. Em seguida, dê a partida no motor e observe se a tensão permanece acima de 10V. Se cair abaixo disso, pode haver comprometimento da bateria. Não se esqueça de verificar os polos: oxidação, zinabre ou conexões frouxas também podem provocar falhas elétricas sérias.

Para um diagnóstico mais preciso, o ideal é utilizar um testador de bateria que meça o CCA (Cold Cranking Amperes), ou seja, a corrente máxima que a bateria pode fornecer a frio. A maioria das baterias traz esse valor impresso no rótulo, e ele deve ser comparado com o valor real fornecido no teste. Também é importante observar a data de fabricação da bateria: mesmo que pareça em bom estado, uma bateria com mais de 3 anos em um carro pouco rodado pode não estar mais em plena capacidade.

Se a bateria estiver em boas condições e o corpo de borboleta limpo, o próximo passo é o diagnóstico eletrônico. Com um Scanner Automotivo, é possível acessar os parâmetros da central de injeção e verificar se há códigos de falha registrados ou leituras anormais. Assim, é possível identificar defeitos em sensores, atuadores ou falhas na comunicação entre os módulos.

Por fim, vale lembrar: o sistema de aceleração eletrônica é sensível, mas não é um bicho de sete cabeças. Com manutenção preventiva, atenção aos sintomas e uma verificação elétrica básica, é possível evitar grandes transtornos e manter seu veículo funcionando com segurança e desempenho.

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